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Cidades

A escola do momento deve ser uma escola aprendente, diz formadora

EDUCAÇÃO | 06/05/2019 21h 01min

Foto: Ascom Prefeitura/Neri Malheiros

Como deve reagir o educador frente aos desafios presentes no dia a dia da educação contemporânea e quais competências deve desenvolver para conectar-se às expectativas de estudantes e comunidades que já não veem a escola como único lugar de ensino-aprendizagem? Estas e outras questões foram abordadas pela professora Jussara Ceron, mestre em Educação e consultora socioeducativa, durante a atividade de formação realizada neste sábado (04), na Câmara de Vereadores, para gestores e professores de educação infantil e de ensino fundamental da rede municipal de Lucas do Rio Verde.

“O desafio que temos hoje é de transformar uma escola que ensina, ou que se via na arte de ensinar, em uma escola que se vê na condição de aprender o tempo todo.  Não uma escola fechada, mas uma escola aberta, que se conecta com versatilidade com seu entorno, com o mundo de informações, porque o mundo de informações está presente e está em todos os lugares, talvez muito mais até fora da escola”, define.

Para Ceron, a escola que aprende é a escola do momento. E para isso deve ser uma escola que conversa com a comunidade, que está para a comunidade e que se vê caminhando com a comunidade, e não na contramão da comunidade. Uma escola que conhece o seu entorno, que se pré-ocupa mesmo e lida com as questões sociais o tempo todo e aprende em todos os sentidos. “Essa escola requer educadores que se sintam aprendentes o tempo todo, que tenham encantamento, que tenham amorosidade, que se reconheçam o tempo todo como líderes de processos educacionais, mas mais do que líderes de processo, como caminhantes contribuidores do desenvolvimento do outro, de si, obviamente, e da comunidade”, defende.

A instituição, segundo ela, precisa ser transcendente no seu jeito de receber, no seu jeito de entregar, no seu jeito de fazer o cotidiano e aprender a lidar com a diversidade de situações, com a diversidade de mecanismos que se tem hoje e deixar de se vestir de lugar que ensina porque esse lugar que ensina não se reserva mais à escola. “E isso só é possível quando os educadores que suscitam as práticas cotidianas da escola estiverem abertos aos desafios dos diferentes cotidianos e estiverem também predispostos a desenvolverem a sua profissionalidade o tempo todo, sem ficarem fechados na sua formação inicial acadêmica, nas suas especializações. Não é mais disso que os meninos e as meninas precisam, eles precisam de um educador, de um agente de mudança, de um sujeito que acredite nos seus diferentes potenciais.”

Outro desafio, aponta a formadora, tem sido como tocar o educador no sentido de que ele compreenda que ele é o promotor, que ele é o primeiro sujeito a protagonizar e que já foi-se o tempo da sala de aula, já foi-se o tempo da aplicação de exercício sem sentido, já foi-se o tempo de lugares enfileirados. “Como fazer que esse educador adote, a partir de suas relações cotidianas, para além da escola, uma prática de colaboração, de andar com o outro, estar juntos, e não à frente do outro e nem após o outro”, resume.

Sob outra perspectiva, Ceron destaca que só é possível pensarmos numa criança protagonista quando reconhecermos o desenvolvimento profissional do educador também como um sujeito protagonista. Um educador protagonista incentiva, ele desenvolve, ele media, ele articula práticas de protagonismo. Assim, um educador que não protagoniza, um educador que não tem o seu desenvolvimento profissional pautado nas concepções atuais de educação, não consegue entrelaçar o entrejogo criativo clamado pela sociedade aprendente. “Só é possível desenvolver uma criança, potencializar uma criança na perspectiva do protagonismo quando nós temos um educador protagonista, um educador ativo e um educador que se conecta com pedagogias ativas. Ou seja, um educador que aprende”, conclui.

De acordo com a secretária municipal de Educação, Cleusa Marchezan De Marco, a secretaria também tem este ano o desafio de implementar o Documento de Referência Curricular (DRC) dentro da nova metodologia e dos valores e concepções que a nova proposta traz. E a formação dos professores é fundamental para que essa mudança também aconteça dentro da escola. “Teremos até outubro formações pontuais com a nossa equipe da Assessoria Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, com nossos formadores, com os gestores das escolas e esse movimento é para que todos se envolvam nesse processo de desenvolvimento profissional para que ocorra a mudança na forma do professor também ensinar e consigamos atingir um resultado anda mais efetivo e avançar na aprendizagem de nossas crianças”, ressalta.

 

Fonte:   Ascom Prefeitura/Educação - Neri Malheiros