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Bom dia, Sábado 20 de Abril de 2024

Agronegócios

"Ferrari dos tratores" chega ao Brasil em investimento de R$ 150 milhões

ALTA TECNOLOGIA | 23/04/2019 21h 19min

Já presente no Brasil com as marcas de tratores Valtra e Massey Ferguson, o grupo AGCO traz ao país a linha de máquinas agrícolas de tecnologia de ponta alemã Fendt.

Com um investimento de R$ 150 milhões em 2 anos, a empresa instalou escritório, centro comercial e estoque de peças na BR 163 em Sorriso, no Mato Grosso, principal estado produtor de soja, e já vendeu as primeiras unidades.

"Estamos no coração da agricultura brasileira", disse Luís Fernando Felli, presidente da AGCO na América Latina, em evento com jornalistas nesta terça-feira (23) em São Paulo. Nas palavras dele, "a Fendt é a Ferrari dos tratores" e uma máquina da marca "tem mais tecnologia embarcada do que um carro importado de luxo."

A princípio, a Fendt comercializa no Brasil o trator 1050 Vario. O modelo tem 517 cavalos de potência e pode ser usado no preparo de solo, plantio e transporte de grãos ou cana. A máquina custa US$ 450 mil e é importada da Alemanha. A empresa diz que a quantidade será limitada, mas não informou o número de unidades disponíveis.

As primeiras vendas do 1050 Vario foram fechadas com o grupo Bom Futuro, produtor de algodão. O número de tratores negociados não foi revelado.

Segundo o fabricante, o trator é equipado com uma tecnologia que distribui de maneira inteligente a potência entre os eixos traseiro e dianteiro, que trabalham de forma independente, otimizando o consumo de combustível.

Mais produtos à vista

A partir de 2020, a marca venderá também no país a colheitadeira Ideal e a plantadeira Momentum. A primeira será produzida na fábrica da AGCO em Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, e a segunda, na unidade de Ibirubá, no mesmo estado. Ambas ainda não têm preço definido.

Dos R$ 150 milhões investidos, R$ 60 milhões foram usados na adaptação das linhas de produção das duas unidades para a montagem das máquinas. O restante foi aplicado na compra do imóvel em Sorriso e na "tropicalização" dos produtos.

A colheitadeira possui um sistema de sensores e câmeras que fornece dados ao operador em tempo real. Conectado a um tablet, o recurso permite controlar de fora da cabine o tipo de colheita que será realizada.

Já plantadeira Momentum é a maior do mercado com distribuição de fertilizante na linha de plantio, segundo a Fendt. Ela foi totalmente desenvolvida no Brasil e possui uma tecnologia que permite que cada linha mantenha o contato com o solo, independentemente da velocidade ou das variações de terreno, o que possibilita um plantio uniforme. Foram investidos US$ 200 milhões na concepção dessa máquina, o maior do tipo já feito pela companhia.

Expansão

A vinda da Fendt ao Brasil faz parte de um plano de expansão global da marca, que nos últimos dois anos chegou aos Estados Unidos, África do Sul, Austrália e Ásia.

A estratégia é, aos poucos, avançar para outros estados e também outros países da América do Sul. A meta da empresa é vender 20 mil tratores em 2020.

O grupo AGCO está presente em 150 países e tem mais de 20 mil funcionários. Possui 4,2 mil concessionárias, 600 delas na América do Sul. No ano passado, a companhia faturou R$ 9,4 bilhões.

 

Incertezas

Os três produtos que serão vendidos no Brasil vão ser apresentados na próxima semana durante a Agrishow 2019, em Ribeirão Preto, São Paulo.

A feira acontece em um momento em que os recursos destinados ao programa Moderfrota, de compra de máquinas agrícolas a taxas subsidiadas pelo BNDES, já se esgotaram para o Plano Safra 2018/2019 e o próximo ciclo ainda não foi anunciado.

Questionados sobre se essa incerteza atrapalha os projetos de venda da Fendt, os executivos da marca negaram. "É uma incerteza, não é um fator preponderante. Acho que foi uma safra boa, os agricultores colheram bem", disse Felli.

"Como é um volume limitado (de unidades à venda) e um trator de alta potência, são poucos clientes com que vamos trabalhar. Então não entendemos haver nenhuma restrição de crédito, porque esses clientes têm acesso a outros tipos de financiamento", emendou José Galli, diretor da Fendt América do Sul.

Fonte:   G1