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Geral

Família da primeira vítima fatal do coronavírus em Cuiabá contesta diagnóstico

CHOQUE SÉPTICO | 21/04/2020 11h 18min

Foto: Reuters

A família da primeira vítima fatal do coronavírus (covid-19) em Cuiabá, e a quinta morte pela doença no Estado, não está convencida do diagnóstico pela doença e não descarta a possibilidade de um pedido de exumação para confirmar a causa da morte. Adriano Pagotto, 38, filho do aposentado Nelson Antônio Ferraz, 79 anos, que morreu no último dia 15, afirma que não acredita na morte pelo novo vírus e que a própria certidão de óbito não cita que essa seria a causa.

O Secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, admitiu a possibilidade de exames darem falso negativo ou falso positivo, mas, assegurou a qualidade dos testes realizados pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen), que é referência durante a pandemia, e disse que a exumação é um direito da família.

Pagotto afirma que, após a morte do pai, a mãe e ele realizaram o exame no Lacen, que deu negativo para o vírus. Além disso, o advogado aponta que no laudo a causa da morte está como choque séptico, síndrome da angústia respiratória aguda, tromboembolismo pulmonar, hipertensão arterial sistêmica. “Esse é um dos fatos que coloca em dúvida a morte dele pelo vírus”.

O filho conta que os pais estavam há mais de 40 dias em isolamento em uma chácara no Coxipó do Ouro, em Cuiabá, e o único que tinham contato com eles era ele. O pai não tinha doenças prévias, somente hipertensão controlada por medicamentos, mas há algumas semanas apresentava um problema intestinal e febre baixa, que melhoraram com medicamentos. Segundo ele, o idoso não foi até uma unidade de saúde justamente para manter o isolamento.

Agora, ele está reunindo exames e documentos para que sejam analisados por médicos como peneumologista e infectologistas, e ele e a mãe vão fazer novamente um exame mais criterioso, que deve apontar se eles já tiveram coronavírus no corpo ou não. Após essas avaliações, a família definirá se vai solicitar ou não a exumação.

A situação traz à tona a confiabilidade nos testes e o surgimento dos sintomas. No início do mês, o cineasta mato-grossense Bruno Bini foi confirmado para a doença, mesmo após ter voltado da Europa e feito um primeiro teste negativo para covid19. Mesmo com exame negativado, Bini cumpriu com o protocolo de segurança ficando em isolamento social e, poucos dias após findar a quarentena, ele apresentou sintomas e foi internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O segundo exame realizado testou positivo para covid-19. Após o tratamento com cloroquina ele recebeu alta.

O secretário de Saúde afirmou que Mato Grosso só reconhece fatos efetivamente elaborados por testes no Lacen ou pelos laboratórios credenciados, e que existe a possibilidade de falso negativo e falso positivo em exames, porém “não o PCR realizado pelo Lacen do Estado de Mato Grosso. Essa possibilidade de erro é mais com testes rápidos”.

Fonte:   Gazeta Digital