Observado a cada 6 mil anos, passagem de cometa é visto a olho nu em MT; veja fotos
VISTO A OLHO NU | 29/07/2020 13h 54min

O cometa Neowise, observado na terra a cada 6 mil anos, pode ser visto a olho nu em Mato Grosso desde o dia 20 deste mês. Em Poconé, a 103 km de Cuiabá, o doutor em física e professor na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Pablo Edilberto Munayco Solorzano, registrou a passagem do fenômeno no último domingo (26).
Formado por gelo, rocha e poeira, o Neowise foi descoberto em março deste ano e, pela primeira vez, passa pelo sistema solar.
Pablo Solorzano contou ao G1 que o registro foi feito na comunidade isolada de Poconé Carrijo, onde a fumaça das queimadas não atrapalhou a visão.
Para fazer a foto, ele usou um telescópio de potência média e uma câmera de alta sensibilidade.
“O cometa é um evento espetacular. Sou astrofotógrafo e me interesso por tudo que seja do espaço e, para todo amante da astronomia, é um momento muito especial registar o cometa. Conseguir uma foto é uma grande alegria”, declarou.
Registro foi feito em uma comunidade isolada no município de Poconé (MT) — Foto: Pablo Edilberto Munayco Solorzano
O doutor disse que o Neowise tem aparecido no céu por volta das 18h45. Ele fica visível por cerca de 40 minutos e depois some no horizonte.
“Os cometas quando entram no sistema solar ficam mais ao hemisfério norte. Quando passam no hemisfério sul é quando já deu a volta no sol e vai embora. Em MT já está bastante difícil de observar a olho nu. Só em lugar longe da cidade e sem fumaça ainda pode ser observado”, explicou.
Pablo acredita que o cometa deve desaparecer do céu de Mato Grosso daqui a dois dias.
Segundo ele, o Neowise tem cerca de 5 km e o mais próximo que chegou da terra foi a 250 milhões de quilômetros.
Cometa deve passar próximo a terra daqui a 6 mil anos — Foto: Pablo Edilberto Munayco Solorzano
'Má sorte'
Pablo considera sorte o registro desse fenômeno. No entanto, ele contou que os povos antigos acreditavam que a passagem de um cometa pela terra era sinal de má sorte e sempre o associava a alguma tragédia.
"Por coincidência, o Neowise passa por aqui em meio à pandemia do novo coronavírus. Mas nós da ciência sabemos que [a passagem do cometa] não está relacionado a isso", ressaltou.
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Fonte: G1 MT e TV Centro América