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Geral

Sem operações, manifestações ganham força em todo o Mato Grosso

MANIFESTAÇÕES | 02/11/2022 09h 07min

Chico Ferreira

Primeiro pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro após sua derrota nas urnas não resultou em qualquer sinal de desmobilização dos bloqueios realizados nas rodovias de Mato Grosso, que crescem diante da não realização de operações por parte das polícias federal e estadual.

 

 

No Trevo do Lagarto, em Várzea Grande, manifestantes se mostraram ainda mais decididos em manter as interdições, que têm como objetivo, segundo eles, a realização de um novo pleito eleitoral.

 

Secretário de Estado de Segurança de Pública, Alexandre Bustamante afirmou que as forças de segurança de todas as esferas públicas estão juntas, realizando um levantamento dos pontos de bloqueio, para posterior planejamento e ação.

 

 

Segundo ele, não há prazo para início da intervenção nas rodovias de Mato Grosso. Com os celulares nas mãos, os diversos integrantes da manifestação instalada na segunda maior cidade do Estado afirmaram que ainda não era o momento de Bolsonaro se manifestar, sendo que ele deveria aguardar pelo menos 72 horas, tempo necessário constituído por lei para que o presidente possa requisitar as Forças Armadas para garantir lei e ordem no país.

 

 

“Nossa manifestação não tem bandeira partidária. Pode observar que não estamos usando foto de candidato A ou B. Aqui não temos líder, é uma ação populacional com a mesma linguagem. Estamos defendendo nossos direitos enquanto cidadãos brasileiros”, argumenta.

 

 

João Antônio Sabiá, 55, um dos integrantes da concentração no Trevo do Lagarto. Ele afirma que objetivo dos que estão nos bloqueios por todo o país é a realização da contagem pública de votos, para demonstrar a lisura do processo eleitoral.

 

 

“Mas, como já falaram que isso não é possível, a solução é uma nova eleição, incluindo todos os candidatos, não só Lula Pronunciamento não desmobiliza Sem operações, manifestações ganham força em todo o Estado Grupo mostra organização desde a alimentação, higiene, até trânsito e afirma que não há prazo para deixar o local e Bolsonaro, se não seria um terceiro turno. E, após isso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permitir a participação popular na contagem de votos”.

 

 

Sabiá afirma que neste ponto de concentração nenhum veículo está sendo impedido de seguir pelas vias federais, seja carro de passeio, caminhões ou ambulâncias. Mas, o fato de o movimento estar ganhando constantemente novos integrantes acaba prejudicando um pouco o trânsito local.

 

 

“Não tem mais onde parar, então o pessoalestá estacionando de qualquer jeito. Mas temos aqueles responsáveis por organizar essa parte e não atrapalhar quem deseja seguir viagem”.

 

Organização

Ao som do hino nacional, rodeada por bandeiras do Brasil e faixas pedindo por intervenção federal, a concentração de centenas de pessoas no Trevo do Lagarto conta com a participação de crianças a idosos. No local, equipes foram montadas para atuar em diferentes áreas, como na alimentação, higiene, recados e organização do trânsito local.

 

 

Algumas mulheres se responsabilizam pela preparação de pães e café, que são servidos durante 24 horas por dia. “Estou aqui desde domingo à noite. Vim com meu marido e pretendemos ficar enquanto não tivermos uma resposta concreta das autoridades sobre essa fraude eleitoral”, diz Elizabeth Feliciano Araújo, 47, enquanto empilhava pães em uma caixa de papelão.

 

 

Em um canto reservado, foram montadas churrasqueiras, onde são assados pedaços de carne, linguiça, frango e até pernis inteiros. O fogo para o preparo é alimentado por pedaços de madeira que também são fornecidos pelos apoiadores do movimento.

 

 

“Cheguei nesta terça-feira (1º) de manhã e logo perguntei no que poderia ajudar. Falaram que precisavam de lenha, então fui em casa e empacotei alguns pedaços de madeira e trouxe”, conta Gumercindo Ribeiro Neves, 74, natural de Glória D’Oeste.

 

Em um caminhão câmara fria são armazenados alimentos perecíveis, enquanto um outro é carregado constantemente com os não perecíveis, água e refrigerantes. A todo momento veículos carregados com mantimentos encostam no local. Alguns homens se revezam no trio elétrico para dar recados e solicitar materiais que estejam faltando no ponto de apoio.

 

 

“Atenção pessoal, estamos precisando de doações para pagarmos a limpeza dos banheiros químicos. Qualquer colaboração será bem vinda”, anunciava uma voz masculina ao microfone.Diante de toda essa organização, manifestantes afirmam que continuarão na região por tempo indeterminado.

 

 

Segurança se mobiliza

Pela manhã, o secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, se reuniu com o governador Mauro Mendes para definir as ações de desmobilização dos pontos de manifestação em todo o Estado. Segundo Bustamante, as forças policiais do estado deverão cumprir a ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), que determina a desobstrução das rodovias. Antes da ação, contudo, o secretário afirmou que pretende negociar com os manifestantes, mas não descarta o uso das forças policiais nas ações.

 

 

“A fase de desocupação passa por um planejamento e um diagnóstico para saber a situação. Há pontos que são mais frágeis que outros. Depois vamos negociar. Tem muita gente que vai sair das estradas com negociação. Se for necessário, mas acredito que não será, usaremos as forças policiais para fazer a desobstrução”.

 

 

A fase de levantamento inclui ainda uma apuração para verificar os responsáveis pela coordenação e financiamento dos movimentos no Estado, que podem ser punidos. “Vamos pedir ao Ministério Público do Estado e ao Ministério Público Federal que punam os responsáveis. Pode ser um pequeno sitiante ou um grande empresário”.

 

 

Classificando as manifestações como “movimento social”, Bustamante ainda afirmou que elas já causam prejuízo à sociedade. “Temos o norte do Estado que depende da chegada de combustível e vai faltar. Também faltará alimentação, insumos médicos”

 

 

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Fonte:   Gazeta Digital GD