Advogados presos informavam lideranças de facção criminosa em tempo real sobre ações da polícia
OPERAÇÃO GRAVATAS | 14/03/2024 09h 11min

Os advogados presos em Cuiabá e Sinop na Operação Gravatas, deflagrada na última terça-feira (12), pela Polícia Judiciária Civil, passavam informações em tempo real para as lideranças da facção Comando Vermelho, que estão presas em presidios do Estado.
Segundo o delegado Guilherme Pompeo, da delegacia de polícia da Tapurah, foram identificados os envios de autos de prisões em flagrantes, relatórios policiais, mandados de prisão em aberto e até imagens de operações policiais.
“Os faccionados que estão lá dentro do sistema prisional já sabiam em tempo real o que estava acontecendo na rua. Chegou ao ponto de ter a foto da nossa viatura de dentro de uma casa em Tapurah e o advogado já ter acesso a essa imagem e replicar para as lideranças”, contou o delegado em coletiva de imprensa.
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Além disso, os advogados faziam a intermediação entre as lideranças que atuam de dentro dos presídios e os faccionados que eram presos tanto pela Polícia Civil quanto pela Polícia Militar.
A polícia identificou que, com apenas um dos advogados, mais de 81% dos seus clientes eram ligados a essa facção, responsáveis por crimes como tráfico de drogas, roubos e homicídios.
“Então, a investigação aponta que os advogados não atuaram no direito de defesa em essência, que está previsto na nossa constituição. Eles não tinham uma relação ética e legal como advogado e cliente”, concluiu o delegado.
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Os alvos da operação foram os advogados: Jessica Daiane Maróstica (Sinop), Roberto Luis de Oliveira (Sinop), Tallis de Lara Evangelista (Cuiabá) e Hingritty Borges Mingotti (Cuiabá).
O policial militar Leonardo Qualio, que também foi preso na operação, fazia o recolhimento de boletins de ocorrência para repassar aos líderes da facção. Ele estava lotado na cidade de Sinop, mas também repassava informações sobre Sorriso e Tapurah.
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Fonte: Repórter MT