Cachorro é morto pela PM com tiro na cabeça e gera tumulto
TIRO NA CABEÇA | 09/11/2023 20h 28min

Um cachorro foi morto com um tiro na cabeça durante uma ação da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) nesta quinta-feira (9), por volta das 10h da manhã. O animal era da raça American Bully, tinha um ano e meio e se chamava Bradock.
A PM informou, em nota, que fazia um patrulhamento na região quando viu um homem jogar uma porção de drogas dentro de uma casa. Na tentativa de apreender o entorpecente, um policial decidiu entrar na casa, mas teria sido atacado pelo cão, e por isso, segundo a PMDF, atirou (veja nota completa ao final da reportagem).
De acordo com a tutora do animal, a manicure Maria Edilene da Silva, dois policiais militares entraram sem autorização na casa dela, na Vila Cauhy, no Núcleo Bandeirante, perguntando se havia algum suspeito no local.
"Ele veio pela cozinha. Na hora que saiu e viu o cachorro, foi dizendo que era 'perigo, era perigo' e eu falando que ele era dócil. O cachorro não correu, não latiu, não avançou nele", diz Maria Edilene.
A mulher conta que os policiais invadiram a casa, não encontraram suspeito. O Bradock não resistiu e morreu na hora.
Segundo Maria Edilene, após atirarem no cachorro, os policiais saíram, mas retornaram para tentar levar o animal morto. A família diz que não autorizou a entrada dos policiais na casa novamente.
De acordo com a corporação após o animal ser atingido, os moradores da região avançaram contra os policiais para liberar o suspeito de tráfico de drogas, que conseguiu fugir. Os tutores do animal negam essa versão.
"A gente colocou um cadeado no portão falando para ninguém entrar. E eles queriam entrar de qualquer jeito e a gente não deixou eles entrarem até a perícia vir", diz.
Cachorro foi morto com um tiro na cabeça durante abordagem da PMDF. — Foto: Reprodução/TV Globo
Sete pessoas — seis homens e uma mulher — foram presas por desacato, desobediência e por ajudar na fuga do suspeito.
Investigação
O corpo de Bradock será encaminhado ao Instituto de Patologia da Universidade de Brasília (UnB) para passar por necropsia e ter a bala retirada. A vice-presidente da Comissão de Defesa dos Animais da OAB-DF, Ana Paula Vasconcelos, afirma que se o policial atirou porque foi atacado, ele precisa fazer exames no Instituto Médico Legal (IML) para "corroborar com a própria defesa".
"É necessário, inclusive, para esclarecimento dos fatos e defesa do próprio policial, que seja feito exame de corpo de delito, porque se o cachorro atacou, se o cachorro mordeu, tem que ter vestígio. Então isso no inquérito policial é muito importante", diz Ana Paula Vasconcelos.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) vai apurar se houve crime de maus-tratos contra o animal.
O que diz a PMDF?
"Um policial militar foi atacado por um cão de grande porte durante uma ocorrência de tráfico de drogas nesta quinta-feira (9) por volta das 10h na Vila Cauhy, Núcleo Bandeirante. Para se defender, o policial desferiu um único disparo e alvejou o cão.
A equipe realizava o patrulhamento quando avistou um homem, que ao perceber a aproximação dos policiais, jogou uma porção de drogas dentro de um lote.
Com o objetivo de apreender a droga, um militar adentrou o lote e neste momento foi atacado pelo referido cão. Após o disparo, moradores da região avançaram contra os policiais com o objetivo de libertar o suspeito de tráfico. Foi necessário o apoio de outras Unidades Especializadas da PMDF para conter os ânimos exaltados.
Durante o tumulto, o suspeito conseguiu fugir e ainda não foi localizado. Sete homens e uma mulher foram presos por facilitar a fuga do detido, desacato e desobediência, sendo conduzidos à 21ª Delegacia de Polícia."
Leia também - Vítima de tráfico humano, jovem é resgatada sendo explorada sexualmente
Receba as informações do Site Lucas Notícias através do whatsapp:
Clique aqui para receber as notícias no seu celular.
CURTA NOSSA PÁGINA NO FACEBOOK - CLIQUE AQUI
Fonte: G1 DF