Júri de empresário que mandou matar ex-prefeito de Colniza (MT) deve seguir até sexta-feira (21)
JÚRI DE EMPRESÁRIO | 19/10/2022 08h 30min

O empresário Antônio Pereira Rodrigues Neto, que mandou matar o ex-prefeito de Colniza, a 1.065 km de Cuiabá, Esvandir Antônio Mendes, de 61 anos, foi a júri popular nessa segunda-feira (17).
A vítima foi assassinada a tiros dentro de um carro em dezembro de 2017. O crime teria sido motivado por uma dívida.
O julgamento está sendo conduzido pelo juiz Fabio Alves Cardoso da 3ª Vara de Juara e deve seguir até sexta-feira (18).
Esvandir dirigia uma caminhonete acompanhado do ex-secretário de finanças Admilson Ferreira dos Santos, de 41 anos, quando dois homens se aproximaram do veículo, a aproximadamente 7 km da entrada do município de Colniza.
Prefeito foi perseguido e atingido por disparos quando chegava em Colniza (MT) — Foto: Arquivo pessoal
Segundo a polícia, os dois começaram a ser perseguidos pelos suspeitos que estavam em um SUV de cor preta. Depois, começaram a atirar.
O secretário municipal foi atingido por dois tiros, um na perna e outro nas costas. Admilson chegou a ficar internado, mas teve alta pouco tempo depois.
O crime ocorreu no dia 15 de dezembro de 2017.
Investigação
Suspeitos foram presos pelos policiais e foram interrogados — Foto: Harlis Barbosa/Arquivo pessoal
Após o início das investigações, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp-MT) montou uma força-tarefa para localizar os envolvidos. Dois dias depois, três homens foram presos suspeitos de executar o ex-prefeito.
Zenilton Xavier de Almeida, o empresário Antônio Pereira Rodrigues Neto e Welisson Brito Silva foram presos em uma estrada entre os municípios de Juruena e Castanheira, a 893 km e 780 km de Cuiabá, respectivamente.
Conforme as investigações, Antônio é apontado como o mandante do crime, tendo também participado da execução do prefeito. Ele teria contratado os dois comparsas no Pará para participarem da ação.
Suspeitos foram levados para a Delegacia da Polícia Civil de Colniza — Foto: Harlis Barbosa/Arquivo pessoal
O trio estava em um veículo no momento em que foram abordados pelos policiais. Dentro do automóvel foram apreendidos R$ 60 mil, em dinheiro, que seria o pagamento pela execução do prefeito. As armas usadas no crime foram encontradas em um rio.
O empresário e os dois suspeitos foram indiciados pela polícia no no dia 17 de dezembro do mesmo ano.
Eles também respondem por tentativa de homicídio qualificado contra o secretário de Finanças.
Em 2021, Welison e Zenilton foram condenados, respectivamente, a 28 e 25 anos de prisão, pelo homicídio.
Outras prisões
A médica Yana Alvarenga e o marido dela, Antônio Pereira — Foto: Reprodução
Durante as investigações, a mulher de Antônio foi presa por possível envolvimento no crime. A médica Yana Fois Coelho Alvarenga teria emprestado o carro dela para o cunhado adolescente, a fim de que ele ajudasse o marido dela e os dois executores a fugir.
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) denunciou o empresário, Yana, Zenilton e Welison pela morte do ex-prefeito.
Motivação
Localização do município de Colniza, onde o prefeito foi assassinado a tiros — Foto: Roberta Jaworski/G1
Segundo Gustavo Garcia, secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, o assassinato teria sido motivado por uma dívida, supostamente de campanha ou da prefeitura.
Três meses antes de ser assassinado, o ex-prefeito procurou a Promotoria de Justiça de Colniza para declarar que estava sofrendo ameaças e que o presidente da Câmara Municipal da época teria interesse em sua cassação. Na época em que fez as declarações ao MP, ele estava afastado da Prefeitura de Colniza por decisão do Legislativo Municipal.
O ex-prefeito afirmou ao MP que estranhos estariam rondando a sua casa e que temia pela própria vida. No entanto, ele não quis representar ou registrar ocorrência na delegacia por medo de que o vereador, por ser um policial militar aposentado, pudesse ter acesso ao documento com facilidade.
Segundo o ex-prefeito, desde o seu afastamento, uma caminhonete da Câmara de Vereadores estava sendo vista passando devagar pela frente da casa dele, como se quisesse ver a movimentação no local, assim como motocicletas passaram a rondar a residência durante a noite.
Esvandir disse ter sido alertado pelo amigo que o presidente da Câmara teria dito ao então prefeito interino que havia um jeito de tirá-lo da prefeitura, insinuando que usaria arma de fogo, se necessário.
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Fonte: G1 MT